O secretário-geral da UGT admite que não tem sido nada fácil atrair os trabalhadores para a luta dos sindicatos. Carlos Silva foi eleito faz hoje 2 anos.
O Secretário-Geral da UGT recorda, em entrevista à TSF, os tempos de luta intensa, depois de chegar ao cargo em plena intervenção externa da troika.
Carlos Silva lidera a União Geral de Trabalhadores há dois anos. No pico da crise e com o país debaixo de intervenção externa, ele admite admite que houve momentos difíceis e frustrantes por falta de compreensão de muitos trabalhadores.
"As pessoas continuam a olhar para o movimento sindical com pouca credibilidade. Disso é exemplo o número de trabalhadores sindicalizados em Portugal, que não chegam, na totalidade, aos 20 por cento. Às vezes é desmoralizador que nós nos esforcemos tanto pela luta dos direitos dos trabalhadores e às vezes são os próprios trabalhadores que põem em causa a existência de sindicatos", afirma Carlos Silva.
O dirigente sindical explica que a ausência de apoio é notória levando-o a sentir-se muitas vezes desacompanhado. "Uma grande parte dos sindicatos, e de nós próprios, dirigentes sindicais, sentimos que o nosso esforço não é compreendido por muitos trabalhadores. Veja-se o efeito das greves, veja-se por exemplo as entrevistas que se fazem à opinião pública em relação aos motivos e aos pressupostos das lutas dos trabalhadores".
Carlos Silva lamenta, ainda, que muitos trabalhadores critiquem as greves que se fazem em setores que os afetam.
"O recurso à greve, o recuso às manifestações e às concentrações é hoje visto por muita gente como um folclore para que os sindicatos justificarem a sua existência. Isso está longe de corresponder à verdade. Ou os trabalhadores percebem que estas lutam são em sua defesa ou então temos de cruzar os braços".
Dois anos depois como líder da UGT, Carlos Silva admite também que o problema não está só no lado dos trabalhadores. O Secretário-Geral da UGT reconhece que podemos estar igualmente perante um problema dos sindicatos que não conseguem transmitir a mensagem que defendem.