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Grécia tem andado a perder tempo, diz Maria Luís Albuquerque

Ints Kalnins/ Reuters

A ministra das Finanças criticou, na reunião do Eurogrupo, "o tempo que Atenas tem desperdiçado para a conclusão das reformas". A ministra das finanças confessa que partilha do sentimento que se vive no Eurogrupo.

Maria Luis Albuquerque disse que houve um "tom de frustração" quanto à situação da Grécia, por falta de progressos após dois meses de negociações, e que ainda não houve entendimentos em áreas específicas.

Sobre cenários alternativos que já estarão a ser estudados para a Grécia, a governante garantiu que todos os Estados-membros da zona euro "continuam empenhados" num acordo abrangente, tal como foi definido há dois meses, e reiterou que esse entendimento "é cada vez mais urgente".

Também o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse hoje aos jornalistas, após o Eurogrupo, que "o tempo se está a esgotar" no caso da Grécia, mas falou também em "sinais positivos" nos últimos dias, apesar de referir que ainda falta percorrer muito caminho para se chegar a um acordo.

A ministra das Finanças portuguesa explicou que, da informação que é transmitida no Eurogrupo, o que melhorou é que "parece haver um melhor entendimento entre as partes" mas, adiantou, isso não significa para já qualquer acordo em áreas específicas.

"Em termos de progresso real, de haver acordo sobre alguma área especificamente, infelizmente não", afirmou, remetendo essa responsabilidade para a Grécia.

A Grécia está desde fevereiro a negociar com o chamado Grupo de Bruxelas - constituído por Comissão Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e ainda Mecanismo Europeu de Estabilidade - reformas estruturais e medidas de consolidação orçamental para que possa aceder à última tranche do programa de resgate, de 7,2 mil milhões de euros.

Durante várias semanas este Eurogrupo foi apontado como aquele em que deveria haver um acordo - pelo menos preliminar - que permitisse a Atenas ultrapassar o impasse, mas as dificuldades em chegar a um entendimento com os credores levou a que nos últimos dias esta reunião tenha perdido importância neste tema.

As instituições continuam a exigir medidas mais 'aceitáveis', sobretudo em termos de finanças públicas, pensões, legislação laboral e privatizações.

Pelo seu lado, o Governo liderado por Alexis Tsipras tem algumas 'linhas vermelhas' que nega ultrapassar, como maior liberalização dos despedimentos no setor privado ou corte das pensões.