Portugal

25 de Abril: Presidente da República insiste no apelo ao consenso político

Cavaco Silva e Assunção Esteves, parlamento Lusa/João Relvas

O Presidente da República insistiu hoje na necessidade de compromissos interpartidários imprescindíveis para garantir a estabilidade política e a governabilidade do país, recusando o conflito, a crispação, a conflitualidade política e a agressividade verbal.

"Ao fim de quatro décadas de democracia, os agentes políticos devem compreender, de uma vez por todas, que a necessidade de compromissos interpartidários é intrínseca ao nosso sistema político e que os portugueses não se reveem em formas de intervenção que fomentam o conflito e a crispação e que colocam os interesses partidários de ocasião acima do superior interesse nacional", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, no seu último discurso na sessão solene do 25 de Abril, na Assembleia da República.

Retomando os apelos ao consenso e diálogo, Cavaco Silva sublinhou que só desse modo será possível alcançar "compromissos imprescindíveis para garantir a estabilidade política e a governabilidade do país" e para enfrentar com êxito os desafios que o futuro coloca.

O Presidente da República pediu ainda uma "reflexão séria e serena" sobre os desafios que Portugal terá de enfrentar no futuro e que não se esgotam no horizonte de uma legislatura, pedindo medidas concretas, nomeadamente para os jovens.

"Ao comemorar o 25 de Abril na Assembleia da República, num ano em que termina a presente legislatura e em que outra se iniciará, devemos pensar o futuro de Portugal, fazendo uma reflexão séria e serena sobre os grandes desafios que o país terá de enfrentar", defendeu Cavaco Silva, naquele que foi o seu último discurso enquanto chefe de Estado da sessão solene das comemorações da Revolução dos Cravos.

Contudo, acrescentou, apesar da "nova fase da vida nacional" que se vive, já com a economia a dar sinais de crescimento e criação de emprego e as contas públicas equilibradas, Portugal continua a enfrentar desafios de médio e longo prazo que não se esgotam no horizonte temporal de uma legislatura, sendo essencial "medidas concretas a pensar no futuro" para construir um país mais justo e desenvolvido.