Portugal

Crise no Mediterrâneo passa por "estabilizar os países" de origem dos migrantes

Jens Stoltenberg e Rui Machete Lusa/António Cotrim

É uma "tragédia humana" e um "novo desafio de segurança". Na primeira visita a Portugal como secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg defendeu hoje em Lisboa que a crise no Mediterrâneo impõe respostas a vários níveis.

"Há papéis diferentes: a União Europeia (UE) está a trabalhar no controlo de fronteiras e políticas de imigração e o que a NATO faz é ajudar a estabilizar os países da região", sublinhou Jens Stoltenberg, no final do encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete.

O secretário-geral da NATO lembrou ainda que "isto não é apenas um problema do norte de África. Sabemos que muitas das pessoas que atravessam o Mediterrâneo vêm de tão longe como da Ásia, Afeganistão e Médio Oriente".

Jens Stoltenberg destacou por isso o papel da NATO e a cooperação portuguesa no Afeganistão e no Iraque como formas de combater o problema dos refugiados, bem como no norte de África.

"Todos os países do norte de África, com exceção da Líbia, são parceiros da NATO e trabalhamos com eles para ajuda-los a estabilizar", disse, sublinhando a importância do reforço dessa ajuda porque "a garantia da estabilidade é um elemento-chave para dar resposta aos grandes desafios no norte de áfrica e no Médio Oriente". E dessa forma, concluiu o secretário-geral da Aliança Atlântica, apoiar os esforços já desenvolvidos pela União Europeia.

O secretário-geral da NATO agradeceu também o contributo de Portugal, "um aliado sólido", para o reforço da presença militar da Aliança no leste da Europa.

"Depois de a Rússia usar a força na Ucrânia, e antes disso na Geórgia e na Moldova, e do aumento da atividade militar russa no ar, dos exercícios, achámos por bem aumentar a nossa presença e Portugal tem sido uma parte importante disso", disse Stoltenberg.