PSD e CDS admitem resolver a questão presidencial antes ainda das eleições legislativas. Até hoje, a doutrina dos dois partidos remetia o apoio a um candidato presidencial para depois das eleições do outono.
No texto que PSD e CDS estão a discutir e votar esta noite em Conselhos Nacionais a palavra "preferencialmente" vem abrir a porta uma uma nova estratégia.
São sete pontos para definir as regras da coligação, sendo que a principal diferença entre o documento assinado há uma semana por Passos e Portas passa pela estratégia para as presidenciais de 2016.
Quatro dias depois desse acordo de princípio, PSD e CDS admitem agora formalizar o apoio a um candidato presidencial preferencialmente depois das eleições legislativas. Ora, preferencialmente depois pode querer dizer antes das eleições.
De resto, o casamento entre PSD e CDS assenta em linhas programáticas que estão a ser preparadas pelos dois partidos, e estará aberto a contributos da sociedade civil (não se explicando como...)
A composição das listas, a definição da correlação de forças entre os dois partidos, vai ser definida com base nos resultados das legislativas de 2011, distrito a distrito... ou seja, sem ter em conta os resultados nacionais.
Depois das eleições, e tal como acontece agora, os deputados de cada partido constituem grupos parlamentares autónomos.
No quinto ponto, outra novidade: a recuperação de uma antiga ideia de PSD e CDS. A criação de um órgão próprio de coordenação política para a coligação.
Em setembro de 2012, na ressaca da crise da Taxa Social Única, os dois partidos criaram o Conselho de Coordenação da Coligação, mas Jorge Moreira da Silva e Nuno Melo, os coordenadores, só reuniram uma vez.