Em março recorreu a previsões não oficiais durante a visita à OCDE que apontavam para um crescimento de 2% este ano. Esta manhã, perante uma plateia de empresários, o Presidente da República decidiu-se por números oficiais para traçar o habitual quadro positivo do país.
Depois de ter avançado com previsões não oficiais, durante a visita à OCDE em março, que apontavam para um crescimento de 2% ainda este ano, esta manhã, perante uma plateia de empresários, o Presidente da República decidiu-se por números oficiais para traçar o habitual quadro positivo do país.
Menos de dois meses depois da visita à OCDE, o Presidente da República corrige o tiro, abranda o otimismo, e alinha com a previsão de crescimento do Banco de Portugal. Em Oslo, Cavaco Silva esqueceu as previsões de economistas que recebeu em Belém, e que o levaram a dizer em Paris que Portugal iria crescer acima dos 2% ainda este ano.
"Está prevista uma taxa de crescimento de 1,7% para 2015, seguindo-se um crescimento de 2% nos anos seguintes" afirmou perante uma plateia de empresários ligados ao setor da energia.
Depois do elogio a outros dados económicos e financeiros nacionais, algo que faz parte do guião de Belém neste tipo de encontros, Cavaco Silva lembrou os pontos de contacto entre os dois extremos do continente ao dizer que "Portugal e a Noruega têm muito mais em comum do que se pensa. Somos dois países com ampla costa atlântica. Aliás, somos os dois gigantes marítimos na Europa, e muita da nossa história foi moldada por essa peculiaridade geográfica".
É nesta relação com o mar, que o Presidente da República vê um futuro risonho para estes dois países. "Ao agirmos em conjunto, em parceria, poderemos não só beneficiar da chamada corrida global aos oceanos, ao desenvolvermos a economia do mar, mas poderemos também liderar áreas emergentes, como a biotecnologia marinha", justificou assim a sua tese.
Uma relação desequilibrada que não é desequilibrada. Cavaco Silva lembra aos noruegueses que Portugal pode servir de ponte para África e América Latina. Os argumentos foram assim sublinhados pelo chefe de Estado: "Portugal também tem empresas com competências técnicas excecionais, trabalhando ao longo de toda a cadeia de valor da energia, e envolvidas em parcerias estratégicas um pouco por todo o mundo. Em especial nos países de língua portuguesa, em África e na América Latina, e que significam 50% das descobertas globais de petróleo e gás natural na última década".