Economia

Bruxelas: Portugal tem baixar o défice "a bem ou a mal"

REUTERS/Yves Herman

O comissário dos Assuntos Económicos acredita que Portugal pode alcançar este ano o objetivo de colocar o défice abaixo dos 3% do PIB. Algo, diz, que "tem que ser feito", com ou sem medidas adicionais.

Pierre Moscovici afirma que o défice vai situar-se nos 3,1 por cento e não nos 2,7 como o governo português continua a prever. Contrariando as estimativas do Ministério das Finanças, o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, diz que Portugal mantém-se no grupo restrito dos países que não cumprem o Pacto de Estabilidade e Crescimento. Moscovici comentou que "tal significa obviamente que (a meta abaixo dos 3%) não é inalcançável".

"Na zona euro esperamos apenas que a França, Espanha, Portugal e a Finlândia apresentem défices acima do limite de 3 por cento, este ano".

Segundo o comissário, resta saber se Portugal conseguirá reduzir o défice devido a "condições de crescimento melhores que o previsto, ou a medidas adicionais", enfatizando que, de uma forma ou de outra, o cumprimento do objetivo "pode ser feito, e tem que ser feito".

Quanto às estimativas de crescimento para o próximo ficam abaixo da previsão do governo. Bruxelas prevê que a economia portuguesa cresça 1,8 por cento, em vez de 2 por cento. No entanto, relativamente a este ano, as previsões estão em linha com as do executivo.

"É esperado que o crescimento continue robusto na Irlanda e que ganhe dinâmica em Portugal, com 1,6 por cento, devido ao aumento da procura interna e às fortes exportações".

A nível europeu, Pierre Moscovoci entende que continua a haver muito por fazer. Mas, o cenário é agora mais favorável. "O crescimento beneficia de ventos favoráveis para as economias que estão a ganhar vitalidade. O mercado laboral melhora lentamente. Mas o desemprego mantém-se em níveis inaceitáveis em numerosos países da união europeia em geral e da zona euro em particular".

O comissário europeu dos Assuntos Económicos falava na conferência de imprensa de apresentação das previsões económicas da primavera, hoje publicadas, nas quais a Comissão insiste em valores para o défice superiores àqueles projetados pelo Governo, que mantém que este ano o défice se situe nos 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB).