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Sindicato diz que já conseguiu "infligir um dano de 30 milhões" à TAP

Hélder Santinhos Lusa/Inácio Rosa

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil disse hoje, em conferência de imprensa, que já conseguiu "infligir um dano de 30 milhões de euros" à TAP em oito dias. O SPAC admite ainda recorrer a uma nova greve, decisão que terá de ser tomada em Assembleia Geral.

"Os nossos números têm-se mantido constantes, os números da TAP terão melhorado um pouco porque entretanto os pilotos já terão efetuado os seus descansos, e já estão a voar mais e em maior número. Conseguimos infligir um dano de 30 milhões de euros na companhia e penso que isso não deverá ser desvalorizado pelo Governo", afirmou o dirigente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) , Hélder Santinhos.

Aliás, realça o SPAC, uma das exigências dos pilotos prende-se com a reposição das diuturnidades congeladas há cinco anos, que corresponde a um valor de 30 milhões de euros, igual ao prejuízo causado pela greve em vigor.

Sobre o que vão os pilotos fazer depois de domingo, dia em que termina a greve de dez dias, Hélder Santinhos garantiu que "os pilotos associados do SPAC não irão baixar os braços".

O dirigente sindical não exclui a possibilidade de uma nova greve mas deixa a decisão para uma Assembleia Geral a ser convocada assim que termine a paralisação em vigor. "Acho que a nossa greve foi muito eficaz. Acho que não deve ser desvalorizada e não considero que tenha sido um fracasso. Por isso, acredito que poderá ser uma das linhas de ação que a assembleia poderá decidir, no entanto, não posso garantir, uma vez que a decisão compete à Assembleia". A reunião magna só será convocada depois de domingo, último dia da paralisação em vigor.

Certo, diz Hélder Santinhos, é que "o conflito não está sanado". Os pilotos continuam, por exemplo, a exigir o cumprimento de um acordo firmado com o governo em 1999 (prevê que os pilotos possam, em caso de privatização da TAP, ter uma participação até 20% do capital social da empresa), admitem no entanto que possam ser encontradas alternativas.

"Capitalização de um fundo de pensões, são diversos mecanismos em que nós podemos transferir esse direito adquirido para eliminar essa questão", diz o dirigente.

No entanto, sublinha, não abdicam de negociar esta reivindicação: "Não podemos abdicar. No fundo é como se tivéssemos comprado uma casa, dado um sinal, e agora, por um qualquer motivo, não podem vender a casa e ficam com o sinal".