O Partido Socialista diz que está aberto a discutir alterações à lei da cobertura de campanhas eleitorais, mas sublinha que não está disposto a criar grupos de trabalho com a maioria.
"Não será pelo PS que não há uma nova lei" de cobertura da campanha eleitoral, garante Ferro Rodrigues. O líder parlamentar do Partido Socialista afirma, no entanto, que o partido não quer ouvir falar em novos grupos de trabalho com PSD e CDS: "Nós, grupos de trabalho, não vamos constituir com os partidos da maioria".
Os socialistas receberam esta tarde, no parlamento, os representantes da Plataforma de Media Privados [representada por Luís Nazaré e Francisco Pinto Balsemão], que ontem tinha sido recebida pelos grupos parlamentares da maioria.
Após a reunião, Ferro Rodrigues admitiu que a experiência do grupo de trabalho anterior "não correu bem" e que a polémica em torno das alterações à lei ficou a dever-se a uma "pseudo resolução final que serviu de passa culpas" entre os partidos.
Ferro Rodrigues salienta, contudo, que os socialistas estão "abertos" e disponíveis para esgrimir argumentos em sede de especialidade, depois de apresentado o projeto conjunto de PSD e CDS. O líder da bancada do PS acrescenta que, até ao momento, o grupo parlamentar apenas teve acesso a "alguns princípios", que entende serem "excessivos na continuação de muita regulamentação".
"O PS está mesmo interessado em que haja uma nova lei que permita um debate democrático e um combate à abstenção", insiste o líder do grupo parlamentar.
Confrontado com a garantia, por parte de PSD e CDS, de que, no projeto discutido na especialidade, não haverá qualquer menção a vistos prévios, Ferro Rodrigues diz que ao ser colocada de parte essa hipótese, trata-se do "fim de coisas que nunca existiram e que nunca foram discutidas pelos partidos", acrescentando que «não vale a pena discutir fantasmas".
Pela Plataforma de Meios Privados de comunicação social [que representa os grupos Controlinveste, Cofina, Impresa, Media Capital e Renascença], o diretor executivo, Luís Nazaré, disse que não recebeu quaisquer garantias do PS, apenas o "compromisso" do partido em discutir uma lei mais moderna para substituir a lei atual, no sentido de elaborar "uma peça ao encontro das aspirações gerais".