Num encontro com a juventude social-democrata, o primeiro-ministro explicou que quando chegou ao governo o país precisava de remédios. Passos Coelho admitiu que os efeitos secundários da cura para uma doença podem ser ultrapassados, o importante é recuperar o país.
O primeiro-ministro diz que encontrou um país doente quando chegou ao Governo e acredita ter tomado decisões que afetam os portugueses. Mas, segundo Passos Coelho, para grandes males grandes remédios e na hora de tomar os medicamentos, o menos importante são os efeitos secundários.
«O objetivo que temos é o de vencer a doença, não é o de perguntar se as pessoas durante esse processo têm febre ou têm dor, se gostam do sabor do xarope ou se o medicamento que tomam lhes faz um bocado mal ao estômago ou qualquer outra coisa. Quer dizer, se os efeitos secundários de todo o processo por que se passa valem ou não vale a cura», começou por explicar.
«Quando nos queremos curar de alguma coisa, fixamos muito nesse objetivo e levamos, por essa via, o nosso dilema de outra maneira que não levaríamos se achássemos que tínhamos aqui uma discricionariedade muito maior», adiantou.
Perante uma plateia de jovens da JSD, o primeiro-ministro respondia a uma questão sobre como lidava com o dilema de ter de curar o país e, ao mesmo tempo, ter de tomar decisões difíceis. Para Passos Coelho é certo que é mais fácil tomar decisões populares e não as que causam dor social.
«Não há governo nenhum que, se pudesse, não era mais simpático ou mais popular. Mas quando um governo tem de adotar muitas medidas que não estão dentro desse quadro, isso não se deve com certeza à sua vontade de perder eleições ou de querer magoar as pessoas. Deve-se, com certeza, ao facto de termos uma situação em que nossa escolha é muito reduzida. E se queremos pensar no futuro com alguma viabilidade, alguma esperança, com alguma confiança, então isso obriga-nos a ser muito determinados no caminho a seguir», defendeu
No encerramento das jornadas Portugal nas tuas mãos, Passos Coelho garantiu que o país está a crescer e insistiu no alerta para que não se estrague o que está a ser feito.