A economia portuguesa poderá ter apresentado um crescimento em cadeia entre 0,4% e 1% no primeiro trimestre de 2015 face ao anterior e um crescimento homólogo entre 1,4% e 2,1%, estimam analistas e departamentos de estudos económicos.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga na quarta-feira as contas nacionais referentes ao primeiro trimestre de 2015, com os analistas otimistas com o desempenho da economia nacional nos primeiros três meses deste ano.
Contactados pela agência Lusa, a analista financeira do BPI Teresa Gil Pinheiro e o economista-chefe do Montepio Rui Bernardes Serra são os menos otimistas, antecipando um crescimento económico entre 0,4% e os 0,5% no primeiro trimestre de 2015 face ao último trimestre de 2014.
Já no que diz respeito ao crescimento homólogo, Teresa Gil Pinheiro e Rui Bernardes Serra estimam, respetivamente, que a economia tenha crescido 1,4% e 1,7% nos primeiros três meses deste ano face ao mesmo período de 2014.
A analista financeira do BPI justifica este comportamento no primeiro trimestre de 2015 com a dinâmica do consumo privado e das exportações, devido ao "efeito da redução dos preços dos bens energéticos no rendimento disponível e o comportamento das exportações de bens" neste período.
Também o economista-chefe do Montepio explica o crescimento económico entre janeiro e março com o "contributo marginal positivo das exportações líquidas e, sobretudo, um contributo positivo da procura interna, suportada por uma aceleração do consumo privado (que pode ter crescido cerca de 1%) e do investimento em capital fixo".
Mais otimistas são o Núcleo de Estudos sobre a Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica e o banco espanhol BBVA, que antecipam um crescimento em cadeia em torno de 1% e homólogo superior a 2%.
Numa análise económica divulgada no final de abril, intitulada "Portugal: Forte crescimento no início do ano", o BBVA antevê que a economia tenha crescido 1% neste primeiro trimestre face ao trimestre anterior, "sustentada por fatores domésticos, principalmente o consumo privado, enquanto a contribuição externa pode diminuir", admitindo, no entanto, que este ritmo abrande ao longo do ano.
O NECEP, na folha trimestral de conjuntura do primeiro trimestre de 2015 divulgada em meados de abril, antecipa que o PIB tenha melhorado 0,9% face ao trimestre anterior e 2,1% face ao mesmo trimestre de 2014, uma "forte aceleração" que está a beneficiar da "descida acentuada do preço do petróleo, da desvalorização do euro e da passividade orçamental de 2015".