Era um armazém de vinho do Porto, agora é um palco de dança. Abre hoje no Cais de Gaia e pretende ser "ponto de partida para a dança no norte".
No meio das caves de vinho do Porto, na Ribeira de Gaia, há um quarteirão dedicado à dança.
Chama-se Armazém 22 (ou mais simplificadamente A22) e Ana Carvalho é a responsável por este projeto: "É uma antiga cave de vinho do Porto. Há uma reconversão do espaço mantendo a traça original e um reaproveitamento para servir como "black box" e espaço de trabalho para criadores.
É apresentado como um novo ponto de partida para a dança no norte. São mais de 600 metros quadrados onde se entrecruzam diferentes identidades das artes performativas, como a escola de Dança Ginasiano e a companhia Kale, com 5 bailarinos contratados.
A Kale, explica Ana, "é uma companhia que se propõe trabalhar com diferentes criadores". É a companhia residente do espaço e "vai fazer a ancoragem da programação ao longo do ano, sendo que o espaço se abrirá a outros criadores para desenvolverem aqui os seus trabalhos".
E o espaço, ele próprio, veste-se de arte. A plateia, por exemplo. As cadeiras onde o público vai sentar-se receberam uma nova roupagem concebida pela artista plástica Gabriela Gomes.
"Todas as cadeiras são reutilização de cadeiras do parque escolar", adianta a responsável pelo A22. São cadeiras com pequenos triângulos de burel de diferentes cores.
A Câmara cede o espaço, que "não é uma ilha isolada neste lado de Gaia". "Esta zona ribeirinha está a conseguir atrair outros projetos, com os quais já estamos a trabalhar até para fortalecer este eixo de circulação".
Um eixo de circulação artística que abraça o Douro e abraça o Porto e que dança entre uma margem e outra dando mais um passo na dinâmica cultural da zona norte do país.