Política

PCP: PS e PSD/CDS querem lançar contra-reforma da Segurança Social

Jerónimo de Sousa Nuno Veiga/Lusa

O secretário-geral do PCP acusou hoje PS, PSD e CDS-PP de tentarem "iludir" os portugueses ao quererem lançar uma contra-reforma da Segurança Social, que colocará em causa reformas e restringirá prestações sociais e a sustentabilidade do sistema.

"A sua vontade [de PS, PSD e CDS-PP] de iludir os portugueses acerca dos seus verdadeiros objetivos é tanta que parecem cataventos, desdizendo hoje o que afirmaram ontem, negando agora o que antes davam como certo e seguro e, naturalmente, a anunciar hoje o que não pensam cumprir amanhã. Veja-se o que se passa com a Segurança Social", disse Jerónimo de Sousa, na aldeia alentejana de Baleizão, no concelho de Beja.

Segundo Jerónimo de Sousa, PS, PSD e CDS-PP andam a "tentar iludir que o que pretendem é lançar uma nova contra-reforma da Segurança Social, pondo em causa as reformas e as pensões com novos cortes no futuro, aumentar a idade de reforma, restringir ainda mais as prestações sociais e a própria sustentabilidade do sistema público de Segurança Social".

Segundo o líder dos comunistas, PSD e CDS-PP inscreveram no Programa de Reformas apresentado pelo Governo à União Europeia "mais 600 milhões de euros de cortes nas reformas já em 2016" e o PS propõe "congelar as pensões nos próximos quatro anos, o que significaria, tendo em conta a inflação, um corte no valor das pensões de cerca de 900 milhões de euros".

"É tempo de dizer chega, de não voltar a cair em falsas soluções", defendeu Jerónimo de Sousa, acusando PS, PSD e CDS-PP de estarem "aí outra vez", com eleições legislativas "à porta", "a tentarem convencer todo o mundo que com eles tudo vai mudar para melhor".

"Aí estão eles, PSD/CDS-PP e PS, novamente a desfiar o rol dos enganos que os portugueses viram nas campanhas eleitorais anteriores. Uns e outros em bicos de pés esgrimindo diferenças secundárias para esconder o mesmo projeto ditado pela sua vinculação às orientações do grande capital", disse ainda.

De acordo com Jerónimo de Sousa, "a verdade é que, olhando para o que PSD e CDS-PP propõem e o que PS apresenta no seu programa eleitoral, bem se pode concluir que, no que é estruturante e decisivo, difícil é encontrar diferenças" e a questão da Segurança Social "é de uma clareza impressionante".

A direita age "mais à bruta" e "o PS com mais inteligência, mas, no essencial, procura alterar sempre para pior o sistema da Segurança Social", disse.

Em relação à Segurança Social, as propostas dos socialistas "são contrárias à reposição do poder das reformas e pensões" e não definem "uma política de proteção social, particularmente em relação a desempregados", disse, referindo que o PS anunciou a taxação do Valor Acrescentado Líquido (VAL), fazendo "cópia" de uma proposta apresentada pelo PCP durante a discussão do Orçamento do Estado para este ano.