Os utentes, e sobretudo as empresas que fazem o transporte de turistas, queixam-se do novo sistema que obriga ao pagamento de uma taxa para quem ficar estacionado mais de 10 minutos. Para algumas empresas representa um custo de mais de 60 euros por dia.
Basta ficar um pouco na chegadas e partidas do aeroporto para ver o ar apressado de quem ali estaciona. Há quem nem tenha tempo de falar com a repórter.
"Não posso. Quase nem tenho tempo de carregar as malas e dizer bom dia aos turistas. Se fico mais de 10 minutos tenho que pagar o parque. É o assalto à carteira de quem trabalha", diz um taxista.
No aeroporto de Faro, desde a semana passada tornou-se obrigatório passar por uma cancela e a matrícula do carro fica registada. Só é permitido parar as viaturas gratuitamente nas Chegadas e Partidas até à segunda vez. Depois é a pagar.
São as empresas de transfers quem mais contesta o novo sistema instalado pela ANA.
Levam o dia a transportar turistas de e para o aeroporto e as novas regras, salienta Vítor, um operador turístico, só trazem prejuízo.
"À sétima paragem temos que pagar 63 euros. Podiam taxar qualquer coisa, mas assim é demasiado", queixa-se.
Algumas empresas ou familiares de passageiros que viajam de avião optam por deixar os carros no parque de estacionamento que custa 60 cêntimos cada 15 minutos.
Muitas empresas de transfer pagam ainda uma avença de aproximadamente 300 euros/ano para ter lugar noutro parque.
Mas David, que trabalha no setor do turismo, lembra que esse parque fica longe demais. "Quando chegar o Verão, já viu o que é? Com o calor, deixar os turistas a 200 ou 300 metros de distância das partidas?"
Apesar da contestação, este sistema vai ser implementado nos outros aeroportos do país. No aeroporto Sá Carneiro, no Porto, as novas regras entram em vigor até ao final do ano. Em Lisboa serão aplicadas apenas em 2016.