Depois da carta que o antigo primeiro-ministro divulgou ontem, recusando uma eventual medida de coação com pulseira eletrónica, o juiz considerou que a viagem de José Sócrates a Lisboa é desnecessária.
Agora resta esperar pela decisão que o juiz Carlos Alexandre tem de tomar até à meia-noite desta terça feira: ou mantém a prisão preventiva em Évora ou opta por uma medida de coação menos severa, como a prisão domiciliária com vigilância policial.
Na segunda-feira à noite, José Sócrates recusou a prisão preventiva com pulseira eletrónica. Numa curta declaração escrita, o antigo primeiro-ministro afirma que passados "seis meses sem acusação. Seis meses sem acesso aos autos. Seis meses de uma furiosa campanha mediática de denegrimento e de difamação, permitida, se não dirigida, pelo Ministério Público", não vai dar o acordo dele à prisão domiciliária com vigilância eletrónica.
José Sócrates afirma ainda que não pode pactuar com uma prisão preventiva que teve como objetivo investigar, quebrar, calar, e "obter sabe-se lá que "confissões"", e sublinha que também não pode pactuar com uma "prisão domiciliária com vigilância eletrónica como instrumento de suavização, destinado a corrigir erros de forma a parecer que nunca se cometeram".