Há 20 anos, Alcino Monteiro foi violentamente agredido no Bairro Alto, em Lisboa, por elementos ligados a grupos de extrema direita. Duas décadas depois dois especialistas ouvidos pela TSF defendem que a violência de extrema-direita em Portugal está contida.
Rui Pereira, presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) e ex-ministro da Administração Interna diz que Portugal é quase uma excepção no contexto europeu; "É um case study pela positiva.
Por toda a Europa há movimentos de extrema-direita que se aproveitam das dificuldades económicas para diabolizar os imigrantes. O panorama em Portugal é praticamente único porque a extrema-direita é inexpressiva".
Historicamente, os portugueses estão habituados a conviver com outros povos. Um facto, diz Rui Pereira, que não "dá campo para que uma extrema-direita xenófoba e racista floresça".
Um estudioso dos movimentos de extrema-direita e antigo presidente do OSCOT, José Manuel Anes defende que "as prisões e divisões internas" contribuíram para que o problema "esteja contido".
Este especialista alerta, no entanto, para a necessidade de se olhar com atenção para o que acontece em algumas claques de futebol onde "com o crime organizado coexistem ideologias extremistas".