Durante uma visita aos Açores, o secretário geral do PCP afirmou que o objetivo de governo dos socialistas passa por continuar a mesma política. Jerónimo de Sousa diz que cabe aos comunistas alertar para as responsabilidades do PS na situação do país.
O secretário-geral do PCP disse hoje que aquilo o PS propõe "é alternância" e manutenção da "política de direita", sublinhando que os comunistas não podem "calar" as responsabilidades dos socialistas na situação do país.
"Não conseguimos encontrar essa alternativa [no PS]. O que o PS propõe é alternância, o que o PS propõe é ser Governo, mas no essencial é para continuar a mesma política", afirmou Jerónimo de Sousa, num almoço com apoiantes do PCP, na Horta, ilha do Faial, Açores.
Jerónimo de Sousa afirmou que nas eleições deste ano, "não basta derrotar o Governo da direita, é preciso derrotar a política de direita", lembrando "as responsabilidades do PS", que foi "quem convocou" 'a troika' e "subscreveu em primeiro lugar" o "pacto de agressão" com os credores estrangeiros, que depois "a direita concretizou".
"Podemos calar este facto, que o Partido Socialista também teve responsabilidades particulares neste processo?", questionou, acrescentando que o PS não "aprendeu a lição" e não se apresenta às eleições legislativas deste ano com uma política alternativa.
A este propósito, sublinhou que no programa do PS não há "uma linha" sobre a renegociação da dívida e que no caso de outro dos "bloqueios" para o país, o tratado orçamental europeu, que exige "uma redução do défice a mata cavalos", os socialistas apenas usam uma referência "que ninguém percebe": uma "leitura inteligente" desse tratado.
O secretário-geral do PCP criticou também outras propostas do PS, como "o congelamento" de pensões e reformas, a da Taxa Social Única (TSU) (que disse que se traduziria em reformas mais baixas), a política de privatizações ou "a recusa" em recuperar os direitos perdidos dos trabalhadores nos últimos quatro anos.