A chamada de atenção chega de Espanha, mas é partilhada em Portugal e diz respeito ao rio que se "esgota" ao passar pela província de Toledo, devido a mais uma seca e ao transvase para a barragem de Segura.
Em declarações à agência noticiosa EFE, o porta-voz da Plataforma em Defesa do Tejo, Miguel Ángel Sánchez qualificou de "inaceitável" que esteja seca a bacia do Tejo, com cerca de 40 mil quilómetros quadrados na província de Toledo.
Caso a situação continue, alertou Sánchez, poderá registar-se um "desastre ecológico de enorme magnitude", que será "trágico" para os ecossistemas aquáticos.
A plataforma já pediu que se investigue a situação do rio aos responsáveis e a 22 de junho irá deslocar-se novamente a Bruxelas para discutir uma das queixas apresentadas junto das autoridades europeias.
Sánchez notou a necessidade de um ordenamento do Tejo e seus afluentes para ser estabelecido um regime de caudais ecológicos e que o governo de Castela-La Mancha deveria exigir à Confederação Hidrográfica do Tejo que cumpra o pacto de 2014 para garantiu um caudal mínimo de 10 metros cúbicos por segundo na zona de Talavera.
Um alerta partilhado pelo movimento ProTejo, que também está preocupado com a diminuição de cauda do rio na zona de Toledo e espera contribuir na participação pública do Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo.
Em declarações à agência Lusa, Paulo Constantino, porta-voz do movimento, previu estar para "breve" o início da participação pública, que deverá durar seis meses, para perceber quais podem ser as alterações e apresentar contribuições para a parte lusa do maior rio da Península Ibérica.
Por agora, o grupo português acompanha a situação em Espanha, onde essa participação pública já se iniciou e se têm multiplicado alertas como o de hoje da Plataforma em Defesa do Tejo.
No final de maio, o Movimento ProTejo tinha insistido na necessidade da "revisão dos caudais mínimos" do rio Tejo previstos na Convenção de Albufeira (CA), afirmando que os mesmos são insuficientes para manter o bom estado ecológico da água.
Segundo o dirigente ambientalista, "são de manter as medidas que o ProTejo já apresentou, em 2012, nas alegações ao Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo, designadamente a revisão dos caudais mínimos do rio Tejo.
Os portugueses também já apoiaram o pedido de anulação do Plano Hidrológico espanhol para o Tejo, interposto por uma rede associativa, e criticou a existência de planos nos dois países, por "quebrarem o princípio da unidade de gestão".