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"Rostos tristes num dia negro"

Yannis Behrakis/Reuters

A TSF falou com Heleni Adami, uma cidadã grega de 53 anos, residente em Salónica, e com Stephanos Staphilakis, dono de uma loja de produtos elétricos, em Atenas. Ambos sublinham a incerteza em que o país mergulhou.

Heleni Adami vive no norte da Grécia. É funcionária num companhia de seguros na cidade de Salónica. Quando estava a chegar ao seu local de trabalho, esta manhã, confessou à TSF que "há um sentimento de pena. Consegue-se perceber nos rostos das pessoas que elas estão tristes... claro. Mas também há um sentimento de esperança de que a população resista à troika".

Heleni descreve um cenário muito diferente do habitual, nesta manhã de segunda-feira. "Não há dinheiro. Os bancos estão fechados. Não há dinheiro nos terminais de multibanco e há muitas filas nos postos de combustível".

Nos supermercados, diz Heleni, há "muitas coisas para venda, mas não aceitam cartões de crédito. Temos de pagar em dinheiro. É uma segunda-feira negra. Vamos ter de esperar".

O governo grego decretou o encerramento dos bancos até ao próximo dia 6. Perante isto Heleni Adami confessa não esperar muito desta semana que agora começa. "Esperamos seguir em frente. Temos de vencer. Estamos todos tranquilos por aqui. Esperamos seguir em frente".

À pergunta se o povo grego espera que o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, resolva a situação, a resposta é pronta. "Sim... esperamos. Estamos a tentar não entrar em pânico".

A partir de Atenas, uma outra visão chega pelas palavras de Stephanos Staphilakis. Comerciante, dono de uma loja de produtos elétricos, ele diz, em declarações à TSF, que "nas ruas as coisas estão muito calmas. É apenas mais um dia, mais uma segunda-feira. Claro que, como vocês sabem, os bancos estão fechados".

Stephanos relata que, na capital grega, "as pessoas estão um pouco confusas. Isto era algo de que todos falavam, mas de que ninguém estava à espera. É algo de que todos falam. Todos. Interrogam-se sobre os diferentes cenários possíveis, sobre o que pode acontecer no próximo domingo".

Apesar de falar num dia normal, certo é que "o tráfego comercial é muito reduzido. Ninguém está a comprar nada, ninguém está a gastar dinheiro. Têm medo. Como os bancos estão fechados há muitas atividades comerciais que não podem ser feitas através dos bancos".

Como se de um "jogo" se tratasse, este comerciante de Atenas refere que "estamos à espera. É uma situação em que tu não sabes o que vai acontecer e em que permaneces paciente à espera da próxima jogada".