O romance de Lewis Carrol está traduzido em quase uma centena de línguas. Originou adaptações para o cinema, teatro e ballet e motivou inúmeras interpretações. É consensual que revolucionou a literatura para crianças.
A curiosa Alice cai na toca de um coelho e descobre um mundo fantástico cheio de criaturas estranhas. Este é o ponto de partida de "Alice no Pais das Maravilhas", a obra mais conhecida do matemático, escritor, poeta e fotógrafo Lutwige Dodgson, conhecido na história da literatura como Lewis Carrol.
O escritor António Torrado defende que este livro mudou a literatura para crianças. Ao contrário do que aconteceu até 1865 o autor não pretende ensinar boas maneiras; "os livros para crianças tinham a preocupação de moralizar, coisas simplificadas, inocentes e que eram verbalizadas como recomendações. Alice no País das Maravilhas não é esse livro, de maneira nenhuma ".
Para definir os destinatários do universo criado por Lewis Carrol em "Alice no País das Maravilhas", António Torrado recorre a uma frase de Jorge Amado: "para crianças que sejam adultos e para adultos que sejam crianças".
Ana Maria Magalhães, uma das autoras da coleção "Uma Aventura", defende que "Alice no País das Maravilhas" é uma "obra notável" que marcou a literatura infantil. Apesar disso, a escritora diz que o "nonsense" da história torna a leitura difícil para os mais novos; "uma criança que lê sozinha geralmente abandona o livro a meio. Se for uma leitura dialogada, ou se ouvirem uma gravação já gostam muito".
Nos anos 90 o nome do autor foi envolvido em polémica. Alguns investigadores escreveram sobre uma excessiva proximidade entre Lewis Carrol e as crianças. Um documentário exibido pela BBC, por exemplo, sustenta que Carrol foi um pedófilo reprimido.