Música

A paixão por Marilyn Monroe na biografia de José Cid

Rui Manuel Fonseca / Global Imagens

"O lado B de um provocador" é o nome do livro biográfico de José Cid, que é esta terça-feira lançado em Lisboa, às 18h30, na livraria Leya, no Marquês de Pombal.

A biografia, escrita pelo jornalista Miguel Gonçalve,s conta com testemunhos de D. Ximenes Belo, que privou com José Cid enquanto viveu no colégio salesiano de Mogofores em 2006, e também de José Ramos-Horta.

É a história do "menino-prodígio", como lhe chamavam os pais e os amigos que frequentavam a casa onde vivia, que chegou a frequentar o curso de Direito em Coimbra, mas que deixou "chamar a música".

Recebe-nos descontraído, na sua quinta em Mogofores, no concelho de Anadia. Recebe-nos José Cid, aquele que cresceu com a pressão de ser "o menino-prodígio", que tinha tudo para ser doutor ou engenheiro, mas que "riscou o disco" no dia em que deixou a música subir de tom. "Essa ideia (a de menino prodígio) é excluída no dia em que fujo do colégio e de casa para ir tocar com uma banda de amigos do colégio. Fugimos para ir tocar a uma festa universitária", relembra com um sorriso.

A história do menino-prodígio é contada na biografia de José Cid, escrita pelo jornalista Miguel Gonçalves e dá nome ao álbum que o cantor lançou recentemente.

Ao contrário do livro, o álbum não é autobiográfico, mas abre-se exceção para a música o "Andar de Merlin" Monroe, a paixão de José Cid. "Tinha muitas fotografias dela no meu quarto e depois o que eu fazia não vou dizer, mas supõe-se, porque era uma paixão louca. Aos 16 anos quando ela morreu chorei compulsivamente. Achei que a podia ter conhecido, que a podia ter amado", confessa.

O "Menino-prodígio", agora com 73 anos, não imaginava que um dia teria uma biografia, pois o sonho de menino era ouvir a sua voz na rádio. "Não contava propriamente com uma biografia. Quando era pequenino dizia às minhas irmãs e às amigas que queria cantar na rádio. Agora não passo muito na rádio porque as playlists são muito coercitivas da minha criatividade. Da minha e de muitos outros.

Fora das páginas do livro biográfico está o próximo trabalho, que deve chegar em janeiro: "Clube dos corações solitários do tio Cid", que inclui uma homenagem aos Beatles no final do álbum.?