O líder do PS desvalorizou a possibilidade de o primeiro-ministro ter desbloqueado o acordo entre a Grécia e as instituições europeias. António Costa considera que o acordo não é perfeito mas a expulsão grega representaria o fim do euro, com provável saída de Portugal da moeda única.
O secretário-geral do PS desvalorizou hoje a possibilidade de o primeiro-ministro ter desbloqueado, com uma "pequena tecnicalidade", na "25.ª hora", o acordo entre a Grécia e as instituições europeias, considerando antes que foi promotor de obstáculos.
António Costa falava aos jornalistas depois de confrontado com afirmações de Pedro Passos Coelho sobre o seu contributo pessoal para desbloquear na madrugada de segunda-feira, o impasse negocial então existente com a Grécia.
"Espero que o primeiro-ministro tenha tido algum contributo positivo, depois de tantos contributos negativos que deu e de tantos entraves que colocou. Se na 25.ª hora deu alguma ajuda para o acordo, mais vale tarde do que nunca", reagiu o líder socialista.
Segundo António Costa, "em vez de ter deixado para a 25.ª hora esse contributo, seria bom se primeiro-ministro tivesse feito desde a primeira hora aquilo que era essencial: Ser um construtor de soluções e não um criador de obstáculos".
António Costa, que falava aos jornalistas após ter participado numa sessão de homenagem ao antigo ministro socialista da Ciência José Mariano Gago, defendeu que é preciso uma mudança de governo para garantir que a posição da Europa mude para uma visão positiva do euro e da solidariedade europeia.
O secretário-geral do PS considerou que o acordo entre instituições europeias e Grécia não é perfeito, mas advertiu que a expulsão grega representaria o fim do euro, com provável saída de Portugal da moeda única.