Os incidentes, entre a polícia e manifestantes, aconteceram na principal praça de Atenas, quando se iniciava, a algumas dezenas de metros, um debate parlamentar decisivo para a continuação da ajuda financeira à Grécia.
Alguns dos manifestantes que protestam, na praça Syntagma, contra a aprovação pelo parlamento do acordo com os credores internacionais que imporá mais austeridade, atiraram 'cocktails molotov' à polícia, que respondeu com gás lacrimogéneo.
De acordo com relatos feitos a partir do local, os confrontos fizeram seis feridos, nenhum com gravidade, e levaram à detenção de trinta pessoas. Uma carrinha de uma estação de televisão foi incendiada.
Concentrados em frente ao parlamento, no final de uma manifestação que reuniu na praça cerca de 12.000 pessoas contra o acordo assinado com Bruxelas na segunda-feira, que prevê impopulares reformas para desbloquear o terceiro programa de resgate financeiro da Zona Euro, dezenas de manifestantes encapuzados atiraram pedras e incendiaram partes da praça Syntagma, indicou um jornalista da agência de notícias francesa, AFP, no local.
"Não às privatizações, salvemos os portos, a [companhia de eletricidade nacional] DEI, os hospitais", lia-se numa faixa colocada em frente ao parlamento.
"Abolição do memorando, apagamento da dívida", reclamava o Adedy, o forte sindicato da função pública.
Heleni, de 28 anos, declarou: "Estou aqui, porque o Governo não respeitou o nosso voto de 05 de julho, nem o que estamos a viver há cinco anos. Eu estudei e não consigo arranjar trabalho, apenas umas horas aqui e ali, mal pagas".
"Já não temos dinheiro, somos milhões de desempregados, não conseguimos aguentar um terceiro programa", lamentava-se Maria Dimitri, que participou no cortejo do partido comunista KKE.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, enfureceu muita gente no seu partido antiausteridade, o Syriza, e apoiantes de esquerda ao ceder às exigências da Zona Euro para obter mais ajuda financeira para o país, que poderá atingir 86 mil milhões de euros.
Prevê-se que o parlamento grego aprove as reformas ainda hoje, sobretudo graças aos partidos da oposição pró-europeus.