A Procuradoria Geral da República divulgou hoje um comunicado no qual explica as medidas de coação aplicadas pelo juiz ao ex- presidente do BES.
Ricardo Salgado, que está em prisão domiciliária com vigilância policial, encontra-se proibido de contactar os restantes arguidos das investigações relacionadas com o "Universo Espírito Santo", informou hoje a Procuradoria-Geral da República.
Na sequência do requerimento do Ministério Público, Ricardo Espírito Santo Silva Salgado foi ontem presente ao juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal, no âmbito das investigações.
Em comunicado, divulgado hoje, a PGR refere que "o arguido foi indiciado por factos suscetíveis de integrarem os crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, falsificação informática, branqueamento, fraude fiscal qualificada e corrupção no setor privado".
A nota acrescenta que "o juiz decidiu aplicar ao arguido a medida de coação de obrigação de permanência na habitação (sem sujeição a vigilância eletrónica), dela não se podendo ausentar sem autorização do tribunal". Refere também a PGR, que "foi ainda fixada a proibição de contactos, designadamente com os restantes arguidos no processo".
"As medidas de coação foram aplicadas com fundamento na existência de perigo de fuga e de perigo de perturbação do inquérito e da aquisição e conservação da prova", refere ainda a PGR, acrescentando que o "inquérito, que corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, encontra-se em segredo de justiça".
Ricardo Salgado foi inquirido desde as 09:30 de ontem, pelo juiz Carlos Alexandre, e já tinha sido interrogado e constituído arguido pelo Ministério Público, na segunda-feira, no âmbito da investigação "Universo Espírito Santo".