Alguns fizeram-no conscientemente, para ganhar 2 mil dólares; outros são seduzidos com trabalho no estrangeiro e acabam num hospital da Índia.
A aldeia chama-se Hokse e fica a 50 quilómetros de Katmandu - foi uma das localidades afectadas pelo recente terramoto no Nepal.
Apesar de a venda de rins ser proibida por lei, a visita dos traficantes de órgãos já se tornou habitual e agora o mais difícil é encontrar quem ainda tenha um rim para vender e esteja interessado no negócio.
Os que aceitam vão a um hospital da Índia, que fica perto da localidade, deixam o rim e regressam dias depois.
Noutros casos, os habitantes são seduzidos com viagens e trabalho no exterior, mas muitas vezes as coisas acabam mal: durante as viagens alguns dos nepaleses são surpreendidos com ataques que depois resultam na retirada dos rins.
Laxman Lamichhane, advogado e coordenador do Fórum de Proteção dos Direitos Humanos no Nepal, diz que os moradores "veem muitas caras novas todos os dias, gente que tenta atrair as pessoas com promessas de bons empregos e uma vida melhor no estrangeiro".
Várias reportagens feitas no local apresentam um ponto em comum: as pessoas vendem os seus rins para resolverem algum tipo de problema financeiro.
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Relatos feitos a partir do local dizem que um rim vale cerca de dois mil dólares, infinitamente menos do que os 200 mil dólares de que por vezes se fala.