O procurador do Supremo Tribunal grego ordenou ao parlamento que analise um conjunto de queixas apresentadas por cidadãos contra o antigo ministro das Finanças.
A iniciativa decorre das revelações de que Yanis Varoufakis teria um plano secreto para estabelecer na Grécia uma moeda alternativa, no caso de o país abandonar a zona euro.
Para além dessa ordem dada ao parlamento, o procurador, que é o mesmo que levou o partido Aurora Dourada a julgamento, instruiu um magistrado avaliar a possibilidade de avançar com queixas-crime contra outras pessoas. As que, também no âmbito do plano de Varoufakis, alegadamente terão pirateado as contas dos contribuintes gregos.
De acordo com fontes judiciais citadas pelo jornal Guardian, as acusações contra Varoufakis podem ir de abuso de poder até à de orquestrar a formação de uma organização criminosa. Esta última foi a acusação feita contra o Aurora Dourada, cujos lideres estão a ser julgados.
Enquanto deputado, o antigo ministro das finanças goza de imunidade parlamentar. No entanto, a iniciativa do procurador do Supremo pode leva-lo a ter de enfrentar acusações criminais. É o que acontecerá, diz o jornal britânico, se o parlamento considerar que há fundamentos para criar um comité especial para avaliar as alegações contra Varoufakis.
Há ainda cinco queixas autónomas que o tem como alvo, acusando-o de alta traição. Mas isso, consideram vários especialistas, será muito difícil de provar.
E o que diz Varoufakis sobre tudo isto?
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Num texto publicado esta quarta-feira no seu blog, considera que se trata de algo com um propósito muito mais amplo.
O ex-ministro defende que os que o perseguem pretendem é castigar a atitude desafiante que ele assumiu nas negociações com os credores.
Escreve Varoufakis que eles "querem caracteriza-la como uma aberração, um erro, ou, ainda melhor do ponto de vista dos oligarcas gregos amigos da troika, como um crime contra o interesse nacional".