Portugal

Mais de metade dos incêndios com "mão humana"

Incêndio António José/Lusa

Proteção Civil repete alertas: todo o cuidado é pouco quando se usa o fogo. Mais de 40% dos incêndios deste ano nasceram de negligência. E 16% de um crime.

Por negligência ou crime, mais de metade dos incêndios deste ano tiveram "mão humana". O alerta é da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Em declarações à TSF, o comandante que lidera o combate aos fogos no país defende que tem existido uma mudança comportamental entre os portugueses que usam habitualmente o fogo na floresta ou na agricultura. Esta é uma das razões que justifica, segundo José Manuel Moura, a grande queda no número de incêndios registados no país, apesar de estarmos num ano com elevado risco meteorológico.

Contudo, o responsável sublinha que ainda "há comportamentos muito negligentes que justificam 44% dos incêndios" deste ano, enquanto que 16% resultam de dolo e crime. Há ainda muitos casos em que as chamas surgiram durante a madrugada.

José Manuel Moura defende que existe um longo caminho a percorrer e recorda que as condições podem ser muito más, com muito calor e vento, mas "nada arde se ninguém colocar fogo...".

O responsável recorda a tradição que existe em certas áreas do país onde se usa o fogo para várias práticas, pelo que é preciso "lembrar que estamos perante uma atividade de muito risco e onde morrem pessoas".

De propósito ou sem querer, feitas as contas, o comandante operacional nacional sublinha que mais de metade dos fogos deste ano tiveram origem em mão humana.