Segundo o Instituto Nacional de Estatística a taxa de desemprego caiu para os 11,9%, um número que deixa o CDS satisfeito, ao passo que o Bloco de Esquerda e o não encontram razões para festejar. O PSD e Partido Comunista ainda não reagiram.
Segundo o INE, a taxa de desemprego fixou-se nos 11,9% de abril a junho, menos 1,8 pontos percentuais do que no trimestre anterior e 2,0 pontos percentuais abaixo do trimestre homólogo de 2014.
"Estes números fazem história na história destes últimos quatro anos", afirmou a vice-presidente da bancada do CDS-PP Cecília Meireles, numa conferência de imprensa realizada na Assembleia da República a propósito das estimativas divulgadas esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Sublinhando o "significado de esperança" que estes números têm, Cecília Meireles lembrou que ao longo dos últimos quatro anos a taxa foi "paulatinamente baixando" desde os 17,5%, estando agora pela primeira vez abaixo dos 12%. "Representa uma redução e uma tendência de redução muito significativa", frisou, notando que num trimestre há menos 100 mil pessoas na situação de desemprego.
Na reação a estas palavras, a deputada socialista Ana Catarina Mendes respondeu lembrando que há "menos 218 mil empregos desde que este Governo tomou posse. É a maior destruição de emprego em Portugal dos últimos 50 anos. Não tem nenhum paralelo no estado democrático em Portugal".
A cabeça de lista "rosa" por Setúbal nas legislativas de 04 de outubro considerou ainda que "a maioria dá os parabéns a estes números, diz que é um dia histórico, mas eu gostava de perguntar a todos os portugueses que estão desempregados ou emigraram se consideram um dia histórico".
Uma leitura que não é muito diferente da do Bloco de Esquerda. à TSF, o líder parlamentar Pedro Filipe Soares afirma que "aquilo que é comparável demonstra bem a brutalidade: 219 mil postos de trabalho destruidos ao longo de quatro anos. Por isso se a taxa de desemprego não é maior é porque muitas pessoas desistiram de procurar o seu futuro no nosso país e muitos deixaram de ter um contacto com o centro de emprego porque percebem que não há espaço para eles nessa relação e por isso sentem-se desencorajados".
O PCP diz que desemprego só desce à custa do aumento da emigração, "os número espelham cada vez menos a realidade do mercado de trabalho", diz o partido.
"Esta taxa de 11,9% (que corresponde a 600 mil, segundo o Governo)" não conta com o número imenso de população ativa que, se não tivesse sido forçada a emigrar, atiraria [este número] para quase o dobro", sublinha Jorge Cordeiro. Por isso, conclui: "Não acompanhamos a ideia de resultados históricos". O PCP faz questão de notar que "as famílias que viram partir partir familiares não identificarão nenhum valor histórico, a não ser a penosidade da negação de emprego que não têm no país".