No dia em que se assinalam os 60 anos da morte de Carmen de Miranda, a Câmara do Marco de Canaveses leva os Real Combo Lisbonense à freguesia da Várzea de Ovelha, onde a cantora nasceu. O espetáculo é esta quarta-feira, a partir das 22h.
Eles recuperam a tradição musical das orquestras e dos conjuntos de baile: "Não é uma mera homenagem a Carmen Miranda, é o reviver a música dela hoje". O músico João Paulo Feliciano, dos Real Combo Lisbonense, sublinha que Carmen Miranda fez mais de 320 músicas. Por isso, há muito reportório para descobrir, para além do óbvio. "A escolha das músicas para o espetáculo tem esse sentido narrativo, de percorrer aspetos da vida da Carmen".
Conhecida também pelos turbantes exuberantes e tuti-fruti, Carmen foi do Marco de Canaveses para o Brasil com apenas 1 ano. Mais tarde, fez as malas para os EEUU. A própria Carmen, quando voltou ao Brasil, foi acusada de se ter vendido à América e escreveu "Disseram que eu voltei americanizada".
"Na verdade, ela foi portuguesa, brasileira e americana, foi somando nacionalidades", frisa João Paulo Feliciano, e manteve sempre, até ao último dia de vida, a ligação a Portugal.
Esta noite, numa iniciativa organizada pela Câmara do Marco de Canaveses, os Real Combo Lisbonense voltam à origem dela, mais particularmente a Várzea de Ovelha, "a pequena aldeia onde ela nasceu", sendo que o palco está "ao lado da igreja onde a Carmen foi batizada". "Tudo isto só pode dar um sentido especial a este espetáculo", conclui o músico. A entrada é livre.