Saúde

Enfermeiros em greve de três dias a partir de terça-feira

Greve enfermeiros João Manuel Ribeiro/Global Imagens

O protesto acontece em dias diferentes e em diferentes zonas do país. O Sindicato dos Enfermeiros espera uma grande adesão tendo em conta o descontentamento que se verifica na classe.

Os enfermeiros estarão em greve de 11 a 13 de agosto nas regiões de Lisboa, Alentejo e Algarve, em protesto contra o adiamento da sua revisão salarial, enquanto médicos e setores social e privado continuam a receber incentivos.

Segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), o protesto acontece em dias diferentes em diferentes zonas do país: no dia 11 de agosto, a greve ocorre na ARS de Lisboa e Vale do Tejo; no dia 12 na região do Alentejo e no dia 13 no Algarve.

Os enfermeiros contestam que o ministro da Saúde "retire" a estes profissionais "para custear Misericórdias, PPP's [Parcerias Publico-Privadas] e outros grupos profissionais".

Nesse contexto, os enfermeiros questionam a tutela sobre se esta é a sua lógica de "equilíbrio orçamental", já que é o argumento usado pelo ministério da Saúde como "justificação para protelar a revisão salarial dos enfermeiros".

Para sustentar as suas acusações, o SEP recorda que recentemente o ministério anunciou mais 125 milhões para apenas oito 8 Misericórdias do Norte, incentivos para fixação de médicos na "periferia", bem como concursos de promoção na carreira médica.

O SEP sublinha ainda o facto de o Tribunal de Contas ter concluído que o funcionamento da PPP de Loures acarreta mais custos do que hospitais públicos idênticos e afirma estar "em curso, de forma clandestina, negociação para atribuir incentivos aos médicos nas USF modelo A e Unidades de Cuidados na Comunidade".

Paralelamente a isto -- salienta o sindicato - milhares de enfermeiros continuam com um salário abaixo do valor de referência, cerca de 12 mil especialistas não têm qualquer valor salarial que compense as qualificações e a competência diferenciada, e continuam em dívida milhares de horas a mais trabalhadas e incentivos aos enfermeiros que trabalham em USF modelo B.

Quanto a valores concretos, o SEP fala em perdas de cerca de 250 milhões de euros por congelamento das progressões e de 120 milhões de euros em resultado do corte em 50% das horas penosas.