Mundo

Tudo a postos na Coreia do Norte para um combate

Reuters

Kim Jong-Un ordenou às suas tropas que se mantenham prontas para combates na fronteira com a Coreia do Sul, noticiou a agência noticiosa oficial KCNA.

A comissão central militar norte-coreana, presidida por Kim Jong-Un, aprovou um ultimato depois de ter exigido a Seul o fim à guerra de propaganda e à ameaça de operações militares concertadas.

Esta decisão surge num momento em que as tensões se intensificaram na península coreana, na sequência de uma troca de tiros de artilharia entre Pyongyang e Seul, que colocou as forças armadas em alerta máximo.

De acordo com a KCNA, o "número um" do regime comunista ordenou às unidades do exército do povo coreano (APC), destacadas na zona desmilitarizada (DMZ) entre os dois países, que permaneçam "em estado de guerra" a partir desta sexta-feira.

Estas tropas devem estar "completamente prontas para o combate e para lançar operações surpresa", enquanto que toda a linha da frente deve estar em "semi estado de guerra", decretou Kim Jong-Un, citado pela KCNA.

Esta medida surge para apoiar o ultimato apresentado na quinta-feira a Seul, mediante o qual Kim Jong-un exigiu o fim da guerra de propaganda e das ameaças de operações militares concertadas.

A comissão central militar (CCM) da Coreia do Norte, presidida por Kim Jong-Un, aprovou o ultimato e possíveis "ataques em represália e de contra-ataque ao longo de toda a DMZ".

O ministério da Defesa sul-coreano rejeitou o ultimato norte-coreano, que termina na manhã de sábado, acrescentando que os altifalantes sul-coreanos, junto à fronteira, vão continuar a difunir mensagens de propaganda.

Os chefes do Estado-maior das forças armadas sul-coreanas responderam diretamente ao APC, pedindo que se abstenha de "qualquer ato irrefletido" e advertiram que não ficariam "de braços cruzados" perante novas provocações.

Na quinta-feira, Pyongyang disparou vários obuses em direção de um dos altifalantes sul-coreanos. Seul replicou com o disparo de dezenas de obuses.

No início do mês, dois soldados sul-coreanos ficaram gravemente feridos num ataque com minas antipessoal, atribuído por Seul a Pyongyang, mas que o regime norte-coreano negou.

Este ataque levou Seul a retomar a guerra de propaganda através dos altifalantes presentes na fronteira, após 11 de silêncio.

O último ataque direto do norte contra o sul data de dezembro de 2010, quando o regime norte-coreano bombardeou a ilha sul-coreana de Yeonpyeong, matando dois soldados e dois civis. Seul respondeu com o lançamento de obuses contra posições norte-coreanas.

Os dois países continuam tecnicamente, 65 anos depois da Guerra da Coreia (1950-53), que terminou com a assinatura de um armistício e nunca foi formalizado num tratado de paz.