Educação

Crato e escolas tocam músicas diferentes

Duarte Silva / Global Imagens

A verba atribuída ao ensino artístico é semelhante à do ano passado, mas os critérios de distribuição são diferentes. Por isso, diz o diretor da Academia de Música de Almada, há muitas escolas com a corda no pescoço.

O ministro da Educação rejeitou hoje que houvesse desinvestimento no ensino artístico, sublinhando que as verbas (cerca de 55 milhões de euros) são semelhantes às do ano passado. Fernando Pavão garante que o ministro não está a contar a história toda e que a música que toca é afinal um pouco diferente.

O diretor da Academia de Música de Almada sublinha que, apesar do bolo ser semelhante ao do ano passado, os critérios de distribuição são diferentes e que isso põe em causa a sobrevivência de algumas escolas, "nomeadamente na área metropolitana de Lisboa em que as escolas têm em geral uma diminuição acima dos 20%, o que torna a situação para estas escolas insustentável, com risco de falência".

Neste momento, garante Fernando Pavão, já estão a ser tomadas medidas: "redução dos vencimentos, dos postos de trabalho, do número de horas dos docentes".

Os alunos diminuiram porque deixaram de receber financiamento. No caso da Academia de Música de Almada, num total de 180 alunos, o ministério, garante Fernando Pavão, cortou verbas para 55 alunos. "Vamos ter que resolver a situação de forma a ver se não deixamos ninguém de fora, mas o aumento da comparticipação dos encarregados de educação vai fazer com que muitos desistam. Vai-se tornando para quem pode", sublinha.

Um estudo do Ensino Particular e Cooperativo feito junto de 30% das escolas diz que há menos 2500 alunos apoiados em relação ao ano passado