A expressão "candidato comum" às presidenciais, que constava do acordo de coligação para as legislativas, foi substituída por "posição comum". Os dois partidos querem reforçar o espírito apartidário do processo presidencial.
PSD e CDS-PP deixaram cair a ideia de "candidato comum" às presidenciais e querem que os candidatos possam "livremente afirmar a sua disponibilidade", para que haja um Presidente "sem vinculações partidárias", afirmou esta terça-feira o porta-voz dos sociais-democratas.
Em declarações aos jornalistas, à margem da reunião do Conselho Nacional do PSD, num hotel de Lisboa, Marco António Costa salientou que a expressão "candidato comum" às presidenciais que constava do acordo de coligação para as legislativas entre sociais-democratas e centristas foi substituída por "posição comum" no acordo de Governo que vai ser assinado na quarta-feira.
"Nós com isso queremos reforçar, acima de tudo, o espírito apartidário do processo presidencial, deixando todo o espaço para aqueles que sejam os possíveis candidatos ou que possam vir a ser possíveis candidatos poderem livremente afirmar a sua disponibilidade, a sua vontade, e com isso garantirmos que a instituição Presidência da República continue a ser a representação de todos os portugueses sem exceção, sem vinculações partidárias", acrescentou.
O porta-voz dos sociais-democratas não esclareceu se isso significa que haverá liberdade de voto para os militantes do PSD e do CDS-PP nas eleições presidenciais, nem deu nenhuma justificação para o surgimento, agora, desta preocupação de reforço do "espírito apartidário do processo presidencial".
Há cinco meses, no acordo de coligação para as legislativas de domingo que formalizaram no final de abril, PSD e CDS-PP comprometiam-se a "dialogar no sentido de, preferencialmente após as legislativas, apoiarem um candidato em comum à eleição presidencial de 2016".
Contudo, no "Acordo de Governo e de colaboração mútua" que vai ser assinado na quarta-feira, PSD e CDS-PP já não falam no apoio a "um candidato em comum", mas antes num "compromisso de diálogo no sentido de assumirem uma posição comum em relação à eleição presidencial de 2016".