A decisão foi tomada esta quinta-feira pelo Comité de Ética da FIFA e é também aplicada a Jérôme Valcke, já demitido do cargo de secretário geral do organismo. O ex-vice presidente da FPF, José António Boronha, não se mostra surpreendido com esta decisão.
Durante três meses, e com possibilidade de aplicação de mais 45 dias, nenhum dos três pode exercer qualquer tipo de atividade ligada ao futebol.
O Comité de Ética da FIFA decidiu aplicar as sanções esta manhã, na sequência da recente investigação em torno da FIFA, segundo a qual Joseph Blatter foi acusado de ter assinados contratos desfavoráveis à FIFA e de alegadamente ter pago de forma ilícita 1,8 milhões de euros ao presidente da UEFA
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Contactado pela TSF, o ex-vice presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), José António Boronha, não se mostrou surpreendido com o envolvimento de Michel Platini. No seu entender, para além dos indícios fornecidos pelas investigações, a pressão dos patrocinadores da FIFA poderá também ter sido decisiva para esta decisão.
"Talvez o principal motivo, que não aparece de forma muito explícita, tenha sido a pressão dos grandes sponsors. Os grandes patrocinadores não podem estar associados ao conjunto de trapalhices que se têm desenrolado em torno de Blatter e companhia. As autoridades americanas e suíças também não devem estar a brincar e devem ter razões suficientes para terem provocado esta viragem do Comité de Ética contra Blatter. É a prova de que devem existir fortes indícios de manobras que não são claras, transparentes e legais», afirmou à TSF.
Este antigo dirigente gostaria de ter um futebol mais limpo, mas também admite que a breve prazo será muito difícil fazer a desejada limpeza.
"Penso que não se consegue limpar. O futebol tem tantas paixões, que atira a racionalidade lá muito para o fundo. Veja-se o que acontece por cá. O clubismo impera mesmo a nível internacional, mesmo que sejam clubes de interesses que têm os seus adeptos que são apaixonados, violentos e lutadores. Há sempre uma contra corrente muito forte em relação a uma outra outra. A não ser que este mundo dê uma grande volta, a corrente da limpeza terá muitas dificuldades em impor-se", concluiu José António Boronha.
Michel Platini já saiu em sua defesa. Rapidamente surgiram na internet declarações que lhe são atribuídas, em que afirma ter sempre tido um espírito de colaboração.
"Estas notícias são deliberadas e têm como objetivo prejudicar a minha reputação. Nas últimas semanas eu expressei minha vontade de colaborar. Sempre trabalhei com honestidade. Ninguém deveria duvidar que o meu objetivo é que toda a verdade é conhecida", terá afirmado o presidente da UEFA.
Notícia atualizada às 12:54 com as declarações de José António Boronha.