O socialista sai por discordar da linha que está a ser seguida por Costa. Sérgio Sousa Pinto já confirmou à TSF que se demitiu do Secretariado do PS e vai dar explicações mais detalhadas na próxima reunião da Comissão Política Nacional do PS, na próxima terça-feira.
A notícia foi avançada pela edição online do jornal i e do Diário de Notícias. O deputado abandona o lugar que ocupava no secretariado nacional do PS por discordar da atual linha política de António Costa de procurar uma coligação à esquerda.
Sérgio Sousa Pinto é o primeiro dirigente socialista a abandonar o partido, desde as eleições do passado domingo. Foi reeleito deputado, desta vez por Lisboa.
O DN adianta que Sérgio Sousa Pinto vai dar explicações mais detalhadas na próxima reunião da Comissão Política Nacional do PS, na próxima terça-feira.
O "Jornal I" e o "Diário de Notícias", nas edições on line, adiantam que Sérgio Sousa Pinto não concorda com a linha política que o partido estabeleceu na sequencia dos resultados nas legislativas.
O "Jornal I" acrescenta que o deputado socialista sai em rutura com a estratégia de António Costa de tentar formar governo com o PCP e Bloco de Esquerda defendendo que é a coligação que deve formar governo.
O "I" recupera um texto escrito pelo deputado socialista, esta semana, na página que tem no facebook, no qual Sérgio Sousa Pinto dá a entender que não concorda com a estratégia que está a ser seguida pelo PS. Sérgio Sousa Pinto considera nessa publicação que a concentração à esquerda seria "uma barafunda suicidária, sem programa nem destino certo, denominada de "governo de esquerda" - coisa que nem os eleitores do bloco desejaram, optando pelo partido do protesto histórico (e agora fanfarrão)".
O deputado socialista sublinha ainda que BE e PCP estão dispostos a viabilizar um governo do PS, um governo com menos deputados socialistas no Parlamento que a coligação de direita, mas não estão disponíveis para integrar o governo e partilhar a responsabilidade de governar. Nesse texto publicado esta semana na pagina pessoal no facebook e destacado na pagina online do jornal i, Sérgio Sousa Pinto acrescenta ainda que o que se seguiria seria fácil de imaginar: "uns a pensar no país, outros a pensar na sua plateia, outros ainda a pensar em eleições e na maioria absoluta".
"Um penoso caos", prossegue Sousa Pinto, "que entregaria Portugal à direita por muitos anos, mas talvez permitisse ao Bloco suplantar o PS".
O deputado lança a questão: "E não é essa a verdadeira agenda, velha de 40 anos, de quem se reclama "da verdadeira esquerda"? Uma pergunta que o deputado, eleito por Lisboa, sublinha com um curto "talvez me engane".
Na opinião do diretor do "Observador" e comentador político da TSF, David Dinis, a saída de Sérgio Sousa Pinto confirma que António Costa está a procurar encontrar uma solução de governo à esquerda.