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Amnistia pede a líderes europeus que evitem "desastre iminente" nos Balcãs

Reuters

Os líderes europeus reúnem-se este domingo para analisar a crise dos migrantes. Na véspera do encontro, a Aministia Internacional alerta para a necessidade de uma decisão urgente para que se evite um "desastre iminente", devido á chegada do inverno, para os que tentam chegar ao norte da Europa através dos Balcãs.

Em comunicado, a organização de defesa dos direitos humanos considera que os dirigentes dos países na principal rota seguida pelos migrantes nos Balcãs e na Europa Central "não podem deslocar-se para esta nova reunião em Bruxelas sem um plano de ação realizável que proteja as necessidades e direitos" daquelas pessoas.

A AI alerta que atualmente nos Balcãs já se registam temperaturas abaixo de zero à noite e que muitos migrantes acampam ao ar livre de passagem pela Sérvia, Croácia, Eslovénia e Áustria.

O diretor para a Europa e Ásia Central da Amnistia Internacional, John Dalhuisen, disse mesmo que com a aproximação do inverno, "o facto de existirem milhares de migrantes dormindo ao relento no seu caminho pela Europa representa o fracasso da União Europeia na altura de dar uma resposta direta e coordenada à crise dos migrantes".

"A UE tem mecanismos e, em conjunto, o dinheiro para assegurar as condições de acolhimento adequadas para todos os refugiados e imigrantes que chegam, devem utilizá-los para acabar com a marcha de miséria de centenas de milhares" de pessoas, assinalou a organização.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, convocou para domingo uma reunião extraordinária na qual líderes europeus procurarão uma resposta para a crise migratória através dos Balcãs.

A cimeira em Bruxelas vai reunir os líderes da Macedónia e da Sérvia, que não são estados-membros da UE, com os líderes de oito países do bloco europeu: Áustria, Bulgária, Croácia, Alemanha, Grécia, Hungria, Roménia e Eslovénia.

A Bulgária, a Roménia e a Sérvia ameaçaram hoje fechar as suas fronteiras se os países da União deixarem de aceitar migrantes.

De acordo com o primeiro-ministro búlgaro, Boyko Borisov, os três países querem uma solução para a crise à escala europeia, mas não estão preparados para se tornar uma "zona tampão" para as dezenas de milhares de recém-chegados.