Sociedade

Mais mortes por violência doméstica

Desde o início do ano, as mortes já superam as médias registadas nos últimos dois anos. 40 mulheres foram mortas e mais de uma centena de crianças ficou orfã. São dados do Relatório Anual da Segurança Interna.

Até final de Novembro do ano passado, foram assassinadas 32 mulheres, em contexto familiar, revelou na altura a então secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade Teresa Morais. Este ano, e em dez meses, o número de vítimas aumentou. O Núcleo de Investigação e de Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) do comando territorial de Lisboa da GNR refere que, segundo dados oficiais, durante este ano, "já morreram às mãos de parceiros ou familiares próximos, 40 mulheres portuguesas, provocando a existência de 122 crianças órfãs".

Em 2013, os dados do Relatório Anual da Segurança Interna apontavam para 40 homicídios conjugais, dos quais 30 eram mulheres.

Segundo sublinha a GNR, o Núcleo de Investigação e de Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) tem-se dedicado a investigar processos relacionados com violência doméstica e maus-tratos e, nesse âmbito, realizou, desde o início do ano, 27 operações de busca, apreendendo 42 armas de fogo e 1.480 munições.

Foram detidas 27 pessoas, a quem foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva, e a retirada de 15 menores vítimas de maus-tratos por parte de familiares.

Já os números do observatório da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), divulgados no final do ano passado, referiam a morte de 40 mulheres em 2014, a maioria às mãos de atuais ou ex-companheiros, apontando ainda que 46 conseguiram escapar a tentativas de homicídio.

Os números da UMAR resultam do tratamento de dados, recolhidos através dos casos de violência doméstica, noticiados na imprensa.