É um aeroporto moderno de Moscovo. A área de partidas tem vários corredores com lojas que exibem produtos de luxo, mas, no final de um desses corredores, são os dias de Rinas, uma criança síria de 12 anos, que está fechada num compartimento de paredes de vidro, que foi outrora uma sala para fumadores.
A reportagem da BBC mostra o espaço onde vivem, há seis semanas quatro crianças, entre os 3 e os 12 anos, e o pai. O mais velho dos filhos, Rinas, conta que o aeroporto era para ser um espaço de passagem para entrarem na Rússia. Ficaram aqui 40 dias entre paredes de vidro que deixam ver edredons e roupa empilhados. Para dormir têm dois colchões, um ficou sem ar. Para brincar têm um carro vermelho, um livro e uma pulseira da irmã mais nova que serve agora como brinquedo.
A roupa seca, pendurada nos radiadores que estão, muitas vezes, desligados. Rinas conta que, por causa do frio, a mãe está no hospital. A mala castanha da mãe está ainda no chão.
O pai de Rinas está sentado no colchão, questiona: "como é que as pessoas podem simplesmente ficar a olhar? Como é que podem ser tão insensíveis quando estamos a fugir da guerra?".
Ao contrário dos filhos já não sorri. Diz que veio para a Rússia à espera de ajuda, de ser recebido numa altura em que Moscovo está a ajudar a Siria no combate ao Estado Islâmico. Mas a resposta foi uma porta fechada.