A partir da primavera de 2016, os homossexuais franceses voltam a poder dar sangue. Mas, por agora, há regras apertadas. A ministra da Saúde diz que "caiu um tabu".
Os homossexuais que queiram dar sangue em França vão ter de respeitar um período de abstinência sexual de doze meses. É a primeira norma definida pelo governo de Paris para pôr fim a uma proibição com mais de 30 anos.
A ministra francesa da Saúde, Marisol Touraine, explica que a comunidade gay passa também a poder doar plasma. Para isso, tem de respeitar a mesma regra - um ano sem relações sexuais - e uma outra: ter uma relação estável há quatro meses.
Além disso, o plasma doado vai ficar em quarentena durante dois meses e meio, para garantir que é absolutamente seguro.
Marisol Touraine explica, na rádio France Info, que se trata de um processo "por etapas", que vai desenrolar-se em "absoluto respeito pela segurança dos doentes".
A ministra da Saúde considera que esta medida "acaba com uma discriminação"e diz mesmo que "hoje caiu um tabu".
Marisol Touraine admite ainda, talvez já em 2017, o alívio das regras agora definidas. "Ao fim de um ano, se os dados científicos assim o permitirem, poderemos ir mais longe", sublinha.
Desde 1983, que os homossexuais em França estavam proibidos de dar sangue, por causa dos riscos associados à sida. Há alguns meses, o Tribunal Europeu de Justiça avisou Paris que teria de "justificar" esta interdição total, caso quisesse mantê-la.