O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, diz que, embora Portugal até agora tenha sido "poupado" a ataques terroristas, "não existem garantias absolutas" de que não seja um alvo. Por isso, justificam-se "medidas cuidadosas de segurança".
Falando em Bruxelas após uma reunião dos chefes de diplomacia da União Europeia, Rui Machete considerou que não há motivo para alarme em Portugal, mas admitiu haver razões para estar vigilante.
"Há razões para tomar medidas cuidadosas de segurança. Não há razões para todos os dias temermos que exista um ataque, mas evidentemente que é uma situação delicada e não pode ser considerada de ânimo leve. Portugal, por razões geográficas, por um lado, e sociológicas, por outro, felizmente tem sido poupado e há esperança que continue a sê-lo, mas garantias absolutas não existem", disse.
Salientando que a discussão entre os 28 para "tratar especificamente de medidas do ponto de vista policial e dos serviços de informação" está reservada para a reunião de emergência de ministros do Interior da UE, na próxima sexta-feira", Rui Machete afirmou que considera "fundamental" o reforço da troca de informação entre os Estados-membros. Um reforço que, recorda, já serviu para desmantelar "muitas células terroristas" em solo europeu.
"Eu, por exemplo, entendo que em relação ao Magrebe os serviços de «intelligence" (informações) portugueses devem cooperar de uma maneira estreita, e já estão a cooperar. Isso é fundamental porque o ISIS (o grupo extremista Estado Islâmico) não para numa fronteira, considera que todo o ocidente e alguns países muçulmanos e outras opções religiosas maioritárias são terras que devem ser punidas por essa circunstância", observou.
Na sequência de um pedido da França, a presidência luxemburguesa da União Europeia convocou no passado domingo uma reunião extraordinária dos ministros do Interior da União Europeia, para a próxima sexta-feira em Bruxelas, para reforçar a luta antiterrorista.
"Na sequência dos trágicos acontecimentos em Paris, esta reunião extraordinária vai reforçar a resposta europeia, assegurando o seguimento das medidas tomadas", indicou a presidência luxemburguesa da UE.