Organização não-governamental de defesa dos direitos humanos aponta o dedo a Espanha, Grécia, Bulgária e Hungria por violarem o acordo de Schengen.
A Amnistia Internacional divulgou esta terça-feira um relatório em Madrid, denominado "Medo e Cercas", onde critica a forma como os países europeus travam a circulação dos refugiados e imigrantes. Os principais visados são a Espanha, Grécia, Bulgária e Hungria, que no entender da organização violam o Acordo de Schengen.
Para este conjunto de países, a Amnistia Internacional pediu à Comissão Europeia que fossem abertos processos, apelando a uma ação punitiva, já que os mesmos demonstram agir no sentido de manter longe os refugiados. Esta forma de atuar, para a Amnistia Internacional, "é uma violação direta do direito internacional" porque os refugiados "são repelidos sem terem acesso a asilo ou oportunidade de recorrer da expulsão".
A organização acrescentou ainda que estas ações são "frequentemente acompanhadas de violência, colocando em risco a vida das pessoas". Na mira da Amnistia Internacional, como principais alvos, estão a Espanha e a Hungria. No caso espanhol, as críticas surgem devido a cidades como Melilha e Ceuta onde, segundo o documento da organização, os migrantes são devolvidos a Marrocos sem serem processados pelos serviços de fronteira, ficando sem a oportunidade de ver a sua situação analisada. O caso da Hungria é mais grave, com a Amnistia Internacional a criticar duramente a falta de respeito das autoridades locais pela dignidade e pelos direitos humanos.