Passos Coelho afirmou à saída da audiência com Cavaco Silva que, após a forma "irresponsável" como o partido liderado por António Costa derrubou o executivo, tem a "obrigação politica e moral" de encontrar uma solução.
Se fosse constitucionalmente possível, Passos Coelho pediria a convocação de novas eleições legislativas, mas disse a Cavaco Silva que, depois de os partidos de esquerda terem derrubado "de forma irresponsável" o executivo que lidera, o PS tem agora a "obrigação politica e moral" de encontrar uma solução "que vá ao encontro das necessidades do país". O que, nas palavras do líder do PSD, os socialistas ainda "não possuem".
"Se as circunstâncias constitucionais o permitissem, era nossa opinião que o Presidente da República deveria dissolver o parlamento e convocar eleições para que os portugueses escolhessem, agora que são conhecidos os propósitos claros de todas as forças políticas, o governo que desejariam que governasse o país", disse Passos Coelho à saída do encontro com Cavaco Silva, acrescentando que "uma vez que essa possibilidade está vedada pela constituição, cabe ao PS construir uma solução de governo que corresponda àquilo que o próprio Partido Socialista disse ser indispensável e sem o que não derrubaria o governo que saiu das eleições: ter uma maioria estável, duradoura e credível que ainda não tem".
Numa declaração de seis minutos e meio e sem direito a perguntas, o líder social-democrata sublinhou que "é agora ao PS que cabe encontrar uma solução política que vá ao encontro das necessidades que o país tem, depois de todos os sacrifícios que foram feitos". Passos tratou também de lembrar que o PS "não contará com o apoio" dos partidos da coligação, nem pode acreditar que os partidos que o ajudaram a derrubar o governo lhe permitirão encontrar "uma solução credível, estável e duradoura" para poder governar.