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Maduro reconhece derrota

Maduro depois de votar Palácio Miraflores / REUTERS

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reconheceu a derrota da sua formação política, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), pela primeira vez em 16 anos, nas eleições legislativas de domingo.

Numa comunicação, esta madrugada, o chefe de Estado assumiu a derrota do partido fundado por Hugo Chávez e disse que "perdemos uma batalha.

"Vimos com a nossa moral, com a nossa ética, reconhecer estes resultados adversos, aceitá-los e dizer à nossa Venezuela que a Constituição e a democracia triunfaram", afirmou Maduro, numa declaração transmitida pela televisão, pouco depois do anúncio oficial dos resultados, que dão uma maioria parlamentar de dois terços à oposição.

Maduro adianta: "estou tranquilo com a minha consciência, ttotalmente tranquilo com a minha alma porque fiz, ffizemos todos, tudo o que teríamos de fazer para proteger o povo e fomos leais, seremos sempre leais com o ideal, com o legado, com o maior que jamais existirá neste século XXI venezuelano. o nosso comandante Hugo Chavez. Aqui vos digo, e assim será, amanhã, depois de amanhã, e sempre.

E isso deixa-me tranquila a alma e a consciência"

Sobre os resultados Maduro sublinha: "Jogámos limpo. Jogamos limpo, na história que contámos ao povo. Demos uma lição de ética politica, Uma lição de nova ética politica. Perdemos, hoje, uma batalha, mas a luta pela construção do socialismo e de uma nova sociedade, começa agora. Hoje, levámos uma bofetada, que nos desperta para os tempos em que temos de actuar, olhando para o futuro".

VITÓRIA DA OPOSIÇÃO

A oposição venezuelana conquistou a maioria parlamentar, pela primeira vez em 16 anos, anunciou hoje o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

A Mesa da Unidade Democrática (MUD), coligação da oposição, obteve 99 lugares do parlamento (uma maioria de dois terços) contra 46 lugares do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do Presidente Nicolás Maduro, anunciou a presidente do CNE, Tibisay Lucena.

Os resultados oficiais foram anunciados cinco horas depois do encerramento das urnas, o que representa várias horas de atraso em relação a anteriores escrutinios. E, nalguns bairros de Caracas os resultados foram recebidos com gritos de alegria e o lançamento de petardos.

Os resultados eleitorais traduzem uma viragem histórica depois da chegada do poder do 'chavismo' (de Hugo Chavez) em 1999, apesar de diversos analistas advertirem que Nicolás Maduro pode tentar limitar os poderes do parlamento para contrariar esta vitória, arriscando desencadear protestos.

A Venezuela tem 30 milhões de habitantes e detém das maiores reservas de crude do mundo, mas está atualmente a braços com uma situação de escassez de alimentos e bens de primeira necessidade.