Depois de ter sido eleito o patologista mais influente do mundo, pela revista The Pathologist, Sobrinho Simões destaca a importância de um trabalho "invisível" feito em Portugal com "muita qualidade".
Em declarações à TSF, o presidente do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto - IPATIMUP, diz ter ficado surpreendido e muito feliz com esta distinção.
Para Sobrinho Simões, o prémio representa o reconhecimento de uma profissão muito importante, mas que é quase invisível.
"Significa que há uma noção de que no mundo a patologia precisa de ser posta em relevo, somos nós que fazemos os diagnosticas e os patologistas sofrem muito do complexo da invisibilidade".
Mas o que que faz um patologista? "As pessoas pensam que eu faço autópsias, mas eu não faço autopsias há mais de 30 anos e as pessoas têm muito essa ideia, por causa das séries de televisão. Eu faço é exame de fragmentos tirados de pessoas ou citologias e faço o diagnostico - se é benigno ou maligno, como deve ser tratado. Nós somos importantíssimos para o tratamento adequado dos doentes e no entanto o doente nem sabe que nós existimos", diz.
Para esta distinção, atribuída pela revista The Pathologist, havia 100 nomeados, patologistas de todo o mundo. Sobrinho Simões sublinha ainda que esta é uma distinção que dá visibilidade a Portugal.
"Há uma outra professora nomeada, que é a professora Fátima Carneiro do São João. É notável que em 100 patologistas de todo o mundo, Portugal tenha dois entre os melhores,que são nomeados e e eu ganhei a eleição Isto significa que a patologia portuguesa tem muita qualidade".
Entre as frases dos eleitores sobre o médico português selecionadas pela revista pode ler-se que Sobrinho Simões "contribuiu mais do que qualquer outra pessoa para a visibilidade da patologia na Europa" e que se trata de "um cientista proeminente de um pequeno país com poucos recursos, fundador de uma instituição proeminente que faz a diferença, sem sair do seu país".
O professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto sublinhou ainda que terá ganhado "muitos votos a partir da Turquia, da Roménia, da Sérvia, do Brasil, da Colômbia", por exemplo, por serem países de onde provêm muitos patologistas que passam pelo IPATIMUP e pela FMUP, locais "de acolhimento de patologistas de muitos sítios".
Na lista encontram-se outros dois nomes ligados ao IPATIMUP como o da também antiga presidente da Sociedade Europeia de Patologia Fátima Carneiro e o de Jorge Reis-Filho.