David Neeleman e Humberto Pedrosa estiveram reunidos com o ministro do Planeamento e das Infraestruturas. O governo quer recuperar posição maioritária na companhia, mas empresários rejeitam cenário de reversão do negócio.
Durante cerca de uma hora, David Neeleman e Humberto Pedrosa estiveram reunidos com o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e à saída afirmaram que o executivo não apresentou qualquer proposta de reversão do negócio.
O primeiro-ministro, António Costa, já por várias vezes tem dito que o regresso da maioria do capital aos Estado é "vital", mas depois da reunião desta quinta-feira os empresários garantem que "vão cumprir o contrato" assinado com o Governo PSD/CDS-PP.
"A gente vai cumprir o nosso contrato", sublinhou David Neeleman, sócio minoritário do consórcio Atlantic Gateway.
Perante as questões dos jornalistas, o empresário e um dos donos da TAP, rejeitou qualquer cenário de reversão do negócio e salientou que o contrato reflete as "condições" que foram aceites por ambas as partes e a partir das quais foi feito o investimento por parte do consórcio.
"Já pagámos muita dívida e já tomámos mais decisões nas últimas duas semanas do que nos 15 anos anteriores", disse David Neeleman, que considerou a situação da TAP como algo que "não é fácil" "a coisa mais difícil" em toda a carreira.
O empresário destaca as dificuldades da TAP "no Brasil e em Angola", sublinhando que estão agora a ser tomadas medidas que antes, sem o capital investido, não eram possíveis: "Estamos a investir muito nesta causa", garantiu, dando ainda conta de que antes de lucrar é preciso pagar a dívida da empresa.
"É uma loucura", disse o empresário, ao lado de Humberto Pedrosa, em referência aos que acusam o consórcio de querer apenas lucrar com o negócio.
O acordo de conclusão da venda direta de 61% do capital da TAP foi assinado no dia 12 de novembro entre a Parpública, empresa gestora das participações públicas, e o agrupamento Atlantic Gateway.