Em causa está a decisão do diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal que deu mais três meses à investigação da "Operação Marquês".
A defesa do ex-primeiro-ministro anunciou, esta quarta-feira, que vai dirigir uma queixa à procuradora-geral da República, depois de conhecida a decisão do diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal de dar mais três meses aos responsáveis da investigação da "Operação Marquês" para que indiquem a data previsível do despacho final do inquérito.
Em declarações à TSF, Pedro Delille, um dos advogados de José Sócrates, disse "que a decisão tomada pelo diretor do DCIAP "não há qualquer possibilidade da investigação chegar a bom termo porque se não ela não andaria de memorando em memorando e já teria sido explicado claramente o que falta fazer e indicado um prazo para a sua conclusão". O advogado acrescentou ainda que "a única coisa que concluem é que precisam de mais três meses para perceber a que estado chegou o processo. Isso é pouco para manter o processo vivo. Vamos pedir á procuradora-geral que reconheça isto e que mande arquivar".
A defesa de José Sócrates argumenta que, por decisão dos tribunais, o prazo máximo para a conclusão do inquérito terminou a 19 de outubro.
Na "Operação Marquês" foram constituídos doze arguidos, incluindo José Sócrates, que são investigados pelos crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
José Sócrates foi detido a 21 de novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito, tendo ficado preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora.
A medida de coação foi alterada para prisão domiciliária, com vigilância policial, a 04 de setembro, tendo Sócrates sido libertado a 16 de outubro.