Mundo

Próximo objetivo: Mossul

Reuters/Stringer

Depois da tomada de Ramadi, o Iraque quer recuperar a cidade de Mossul ao Daesh. Mas Bagdade assume que os curdos são essenciais ao cumprimento desse objetivo.

A certeza é do ministro iraquiano das Finanças que, citado pela agência Reuters, afirma que os militares vão precisar da ajuda dos guerrilheiros curdos para recuperar o controlo de Mossul, a maior cidade ainda sob domínio do autoproclamado Estado Islâmico.

O governante assume que vai ser precisa uma "ofensiva bem planeada", com o envolvimento de "todos os elementos-chave". Trata-se de "um grande desafio", afirma o ministro numa entrevista, sublinhando que os "Peshmerga são uma força determinante; não podemos tomar conta de Mossul sem os Peshmerga".

Os Peshmerga são os guerrilheiros armados do Curdistão Iraquiano, uma região autónoma no norte do Iraque, que fica perto de Mossul. A cidade fica 400 quilómetros a norte de Bagdade, a capital iraquiana. A maioria dos habitantes é Sunita. Antes da queda às mãos do Daesh, em junho de 2014, Mossul tinha dois milhões de habitantes.

A tomada de Ramadi, ontem, pelas forças iraquianas, foi o primeiro grande sucesso dos militares treinados pelos Estados Unidos, frente ao Daesh, no espaço de ano e meio.

Depois, o Primeiro-Ministro iraquiano prometeu que o autoproclamado Estado Islâmico será derrotado em 2016, e que a tomada de Mossul será um passo decisivo para essa derrota. "Vamos libertar Mossul e essa operação será o golpe fatal que vai acabar com o Daesh", afirmou Haider al-Abadi no discurso em que enalteceu a "vitória" em Ramadi.

O chefe do governo iraquiano lembrou ainda que foi em Ramadi que Abu Bakr al-Baghdadi, o líder do grupo terrorista, declarou o seu califado. Por isso, o Primeiro-Ministro considerou que a recuperação de Ramadi "põe, literalmente, fim ao califado" do Daesh.

De acordo com uma televisão curda, já em setembro, o líder dos curdos iraquianos, Massoud Barzani, discutiu com um conselheiro britânico de Defesa, planos para a tomada de Mossul.