Adalberto campos Fernandes recusa atribuir responsabilidades politicas pela morte do jovem, no hospital de São José, em Lisboa, enquanto aguardava por uma cirurgia a um aneurisma cerebral.
Entrevistado esta noite na TVI, o titular da pasta da Saúde disse que este caso está ainda a ser alvo de um inquérito e por isso não se pronuncia sobre o mesmo. "Trata-se de matéria que está na dependência de quem tem a obrigação e a responsabilidade de o investigar. Eu não me quero juntar aqueles que fazem desta situação um caso de apreciação politica. Eu acho que tudo o que se tem passado no Serviço nacional de Saúde tem uma leitura politica, mas este caso em concreto e outros casos que estão ligados à infelicidade de pessoas não pode ser centrado no debate politico".
O ministro da Saúde lembrou, no entanto, que, na altura em que foi conhecido este caso, considerou "incompreensível" o facto do São José não dispor de equipas de neurocirurgiões a trabalhar ao fim de semana, uma situação que, disse, já foi reposta deixando um compromisso: "Enquanto responsável político tudo farei com os meios que tenho ao meu alcance para, com os profissionais de saúde, garantir que seja assegurada uma resposta. Essa é uma obrigação que tem que ver com uma atitude responsável e de seriedade para com as pessoas".
Nesta entrevista, o titular da pasta da Saúde falou ainda dos excessivos tempos de espera nas urgências hospitalares, sobretudo no inverno em Lisboa e Vale do Tejo, explicando que não se pode comprometer a uma redução drástica nesses tempos, mas tudo fará para os diminuir nomeadamente partilhando recursos entre hospitais e reforçando a oferta de camas para internamento.
"Desde que esta situação eclodiu nós abrimos mais 150 camas de internamento e mais 50 estão em fase de abertura. Nós estamos a fazer uma recomposição rápida da oferta de internamento e estamos a fazer um exercício inédito em Lisboa e Vale do Tejo que é a partilha de recursos. Nós preferimos ter um doente que venha de Almada para o Santa Maria deitado numa cama do que tê-lo em Almada nos corredores deitado numa maca".
Outro assunto abordado foi o das taxas moderadoras. O ministro da Saúde reafirmou que nesta matéria será cumprido o que está previsto no programa de governo.