O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa começou hoje a sua campanha oficial em Vila Real, berço político do presidente do PSD, sem Pedro Passos Coelho, a comer cristas de galo "para não haver segunda volta".
Em dia de chuva, o social-democrata chegou de carro à famosa Pastelaria Gomes e tomou o pequeno-almoço atrás do balcão, servindo-se ele próprio de uma das especialidades locais.
"Eu estou a comer já para não haver segunda volta, daí a subida de açúcar", explicou aos jornalistas.
Por se encontrar em Vila Real, Marcelo foi questionado sobre a participação ou não do presidente do PSD na sua campanha, e referiu que "Passos Coelho disse desde o início que na sua ideia não estava intervir na campanha presidencial", o que considerou "respeitável" e "sensato".
"Sendo certo que há uma recomendação de voto do PSD e do CDS-PP em mim, eu percebo que os próprios dirigentes partidários não queiram misturar a sua posição partidária com uma candidatura independente. Tem lógica. A mistura do partidário com uma candidatura independente eu acho que não é boa para ninguém", acrescentou.
Segundo o ex-comentador televisivo e antigo presidente do PSD, deve haver uma separação entre as recentes eleições legislativas, protagonizadas por partidos, e as presidenciais de 24 de janeiro, com candidaturas de cidadãos, e isso está a acontecer.
"Apareceu um número recorde de candidatos e houve uma tónica de independência nas candidaturas. Isso é bom, quer dizer que a democracia está tão madura que já não é preciso haver uma presença tão forte dos partidos atrás dos candidatos e que há uma autonomização as candidaturas em relação aos partidos", congratulou-se.
A seguir, voltou-se para a comunicação social e perguntou: "Não querem comer nada? Eu posso servi-los de alguma coisa?"
Depois de um pequeno almoço, em Vila Real, o candidato esteve em campanha na Feira Gastronómica do Porco de Boticas, onde experimentou presuntos, paios, bolas de carne, queijos e doces transmontanos. Entre os petiscos, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a defender que a decisão destas presidenciais deve ficar concluída à primeira volta. Uma posição em que o candidato insiste, apesar de garantir não ter medo de uma eventual segunda volta.