Esta segunda-feira, chegaram a Madaya 50 camiões com ajuda humanitária. Uma nova esperança para a cidade síria que está cercada há seis meses e onde já não há comida nem medicamentos.
O representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) diz que o sofrimento em Madaya "não tem comparação" com o que os trabalhadores humanitários encontraram no resto do país.
"O que vimos é horrível, não havia vida. Tudo estava muito quieto", relatou Sajjad Malik, numa teleconferência a partir de Damasco. Malik disse que as crianças eram obrigadas a arrancar erva para sobreviver e que praticamente não tinham mais nada para comer do que água com especiarias.
Os camiões com ajuda chegaram esta segunda-feira a Madaya, numa operação coordenada pelo Crescente Vermelho Árabe Sírio e pela Cruz Vermelha Internacional. A última vez que ajuda humanitária tinha chegado foi a 18 de outubro.
Depois da entrada dos camiões em Madaya, pelo menos 300 pessoas já foram retiradas da cidade, mas de acordo com o diretor do Observatório sírio de Direitos Humanos há mais 400 doentes que precisam de assistência urgente.
As Nações Unidas apelaram ao Governo sírio para que permita a retirada de habitantes da cidade. A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) diz que, desde o início de dezembro, 28 pessoas morreram de fome.
Madaya está cercada pelo exército e pelo grupo xiita libanês Hezbolah há seis meses. A jornalista da TSF Margarida Serra falou recentemente com Ammar Ghanem, um médico que esteve em Madaya, e que relatou como se vive na cidade síria.